domingo, 21 de março de 2010

Lisistrata - Mundo binário, mundo dos instintos


Lisistrata - Mundo binário, mundo dos instintos

Guerra e paz, o certo e o errado, o sim e o não. São opostos que a história não consegue dividir, e que nos persegue como cão e gato. Está ai mais uma conciliação binária e que não conseguimos viver sem tal combinação.


Opostos servem para atrair? Parece contraditório, mas desde o princípio, homem e mulher têm em sua essência a cor da sintonia imperfeita, e que podemos denominar essa sintonia de Paixão. Paixão que nos remete fazer coisas especiais e que nunca poderíamos fazer em estado normal da mente. Talvez o normal não seja beijar alguém em plena manhã, com bafo da bebedeira da noite anterior e dizer: bom dia meu amor, por exemplo.


Em Lisistrata, comédia Grega de Aristófanes, a Paixão é representada um tanto quanto complexa e divertida. Imagine salvar o mundo fazendo greve de sexo, isto mesmo, greve de sexo. Mulheres se reúnem com o intuito de protestar contra a guerra, com embasamento nas paixões de seus maridos e seus princípios familiares. A história se passa num período não muito diferente do nosso, refiro-me à guerra existente no ser humano, desde então, como forma de instinto. Lisistrata nada mais quer que, combater um instinto com outro instinto. Isto quer dizer guerra contra sexo.


Bem que poderíamos refletir sob diversos aspectos desse tema, imagine as capas com as seguintes notícias:


1. Mulher de ex-traficante carioca diz que está “tomando chumbo grosso” em casa após guerra civil;
2. Locações de filmes eróticos chegam à marca de 100 % do P.I.B. nacional;
3. Mulheres palestinas aderem ao topless;

Em tempos que guerreamos por religião e glorificamos deuses do consumo desenfreado, nada mais faz sentido. Será que Lisistrata conseguiria justificar seus “meios” nos dias atuais? Faríamos guerra de sexo para obter paz? Será que conseguiríamos? Lisistrata em grego significa “a que dissolve exércitos”. Que exército que defendemos? Por mais que insistisse por paz, Lisistrata também batalhava com seu exército de mulheres. Há uma solução?


Vivemos buscando explicações de nossa existência ao longo tempo. Diagnósticos nos revelam por inteiro, na nossa aparência, nos nossos conflitos internos. Guerreamo-nos diariamente com nossas paixões. Enquanto a solução, talvez quando um singelo abraço não vire mais uma cena de suspense nesse mundo binário.

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