terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Não "tô" afim



Hoje não "tô" afim
de fumar,
de acordar,
de lembrar,
de esquecer,
de escrever,
de mostrar os dentes,
de ficar contente,
de ser indiferente.
Não "tô" afim do fim.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A marcha


A sinopse, o resumo, a interpretação. A meia palavra, o intervalo do silêncio. Somos de forma abstrata, tão pouco compreendida, tão pouco preenchida. Intelectos graduados rabiscam, exploram qualquer indício de imaginação.

A marcha é lenta, a disritmia, o descompasso, a cadência, o enredo, todos nos enfream, nos embaraçam. Não sou catálogo, não sou Santo, sou um gaudério pop com ares de rock ‘n’ roll, não muito clássico, não muito punk. Às vezes sou cidade, às vezes sou interior.

Caboclo de pele queimada, mãos rachadas pelas horas. Do relógio os ponteiros me observam, na crua vida que nos cerca, nesses cretinos Ensaios.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A Morte das Palavras



    Aqui descansa um “blogueiro”, discutindo seus anseios com o tempo. Em uma vida nada saudável, dormindo pouco, e quando dorme exagera a dose.

   Escrevo, sinto, discuto, questiono, apago toda imagem distorcida. Rima com torcida, no qual toda família longínqua prevalece. E a saudade que nela habita, se tele transporta pra toda minha vida!

   Junto tudo e desafio a cronologia das coisas, os dinossauros, os medos, as metáforas. Nessas que me encaixo, fico abobado, esperando que ela venha e me dê um murro, quando caio em criatividade.

   Não muito nessa ordem, pois não gosto de seguir padrões pré-estabelecidos. A falta do criar angustia-me, devora-me. Sinto um desconforto, é como se tivessem tirando incansavelmente partes do meu cérebro com colherinha. Desconfio do excesso de café, da falta de cerveja. Mas convenço-me que é falta do que falar.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Recomeço


Recomeço



Ando por ruas que não conheço. Tropeço, olho pro lado e ninguém vê. Não quero andar rápido, quero só chegar. Mas, corro ofegante, estou fora de forma, não consigo pensar, estou de férias. Estou gordo, colesterol a mil, cheio de dúvidas. Coisa rara é emagrecer nessa fome de glória.

Dirijo-me em direção ao original. Mas, curvo-me às influências, reproduções, tributos do subconsciente. E a inquietude de “quebrar” a cara é algo incontrolável. Ofereço carona ao acaso. E lá vem a “vida”, mostrar aquele polegar estendido, preste a embarcar nessa cilada, com todo o seu orgulho na bagagem. Conduzindo-nos a derrota, com aquele velho sorriso amarelo, ela nos mostra a lástima. Ou, você acha que palhaço não sofre?!

Somos paisanos, coadjuvantes da realidade, não queremos confetes sobre nós, queremos nos fardar, queremos assistir, ao invés de estar no palco desse teatro chamado sonho. E no final da peça você é que determina, já que o fim é o meio pro recomeço.



terça-feira, 20 de julho de 2010

O amor não é teoria



O amor não é teoria

Hoje sei que o amor não é teoria.
Somente prática, corporativa.
Efetivando a pluralidade dos sentidos.

Sinto um colapso distinto.
Quando muitos escondidos.
Mostram-se vigorosos, bem maduros.

Nesses barrancos, tão poucos miúdos.
Absorve-se o calor.
Tão puro gesto como a flor de seus espinhos.

A disposição de seu conteúdo.
Fortalece o seguro.
Do sentimento primitivo.

Do chão ao porto-seguro.
Meu único recurso
É você e o infinito.

Hoje sei que o amor não é teoria,
Nem prática abusiva,
Tão pouca alegoria.

Não esconde a melancolia,
De um lindo amor.
O amor não é teoria.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Intuição


Intuição



Me disseram pra não acreditar

Nas concordâncias que a vida solta

Não sei como conjugar

O verbo que está na minha mão:



Amor, reticência ...

Loucura...



Amor, reticência ...

Loucura, exclamação !



Me disseram pra não acreditar

Nas sobras que a vida devora

Não sei como relevar

Toda essa intuição



Me disseram pra não acreditar

Nada, em cima da mesa posta

Não sei como comprar

Sentimento em liquidação:



Amor, reticência ...

Lourura ...



Amor, reticência ...

Loucura, exclamação !

quarta-feira, 9 de junho de 2010

DENTRO DESSA JAULA



DENTRO DESSA JAULA


A comunicação é uma variável constante diante do seu tempo. Tendências comunicacionais e revolucionárias surgem numa explosão tecnológica voraz. Com rapidez e acidez, os métodos de interatividade da informação “corrigem” nossas retinas com colírios manipuladores.


O império televisivo atualmente não vem mais nos atingindo como antes, quando ficávamos a frente das “besteiras” sempre no mesmo horário nobre. Engolíamos uma espécie de sensacionalismo barato com gosto de sangue. Nesta nova “era” não cabe mais esse abuso, é a TV agora que fica nos assistindo, procurando o que há de melhor nos anônimos, para assim oferecer uma “chance” dos “ilustres” virarem celebridades instantâneas.


Um marketing inteligente e barato é o canal Youtube. De forma revolucionária ele concentra inovações da “arte” dos meios digitais. Esse canal de comunicação nos remete as perspectivas que tínhamos da informação.


Hoje, sua “arte” pode ser assistida em todo o mundo. Isso é curioso, pois o seu quarto pode ser exibido em uma pequena janela para todo o globo, enquanto o universo “hipnotiza-se” com dramaturgias ilusórias sem contexto com a realidade do país. Inúmeras pessoas passam 15 minutos de seu dia distraídas no Youtube. É uma plataforma de desligar do real e ir para o imaginário “faroeste” contemporâneo.


Na abordagem televisiva brasileira, o público é um objeto comum e ignorante, a TV é considerada uma indústria de entretenimento. Com esse raciocínio, os lares brasileiros tornam-se alienados e apunhalados pela falta de “liberdade” de pensar. É ai que o Youtube aparece como símbolo maior e revolucionário, já que estávamos engessados na frente da “telinha”. É o canal que liberta a interatividade, não precisa trocar o “canal”, você está no canal, e o mundo lhe vê. Cria-se uma atmosfera de novos comportamentos no audiovisual, já a qualidade é questionável, pois as percepções são distintas entre as comunidades. Um exemplo é um vídeo ser assistido por ser engraçado, ao invés de ser de cunho informativo. Que agregue o conhecimento e não pura diversão.


No entanto, podemos refletir: “será que a televisão me deixou burro, muito burro demais? E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais!”, não podemos esquecer que é a nossa imaginação tem que explodir, prosseguir e não calar.


Essa transição da nova plataforma de se obter informação favorece as novas gerações que ganharão tudo “mastigado”. Nessa relevância o Youtube é a célula geradora para as novas percepções comunicativas. Em apenas 30 segundos você pode atravessar a barreira da manipulação e tornar-se conteúdo. Mostrar sua visão, sua habilidade, interferir como nunca anteriormente. Podendo assim sair dessa “jaula”, já que o “nosso lado animal de vez em quando precisa tomar sol”.